quinta-feira, 4 de agosto de 2011

São Paulo sai na frente com o Dia do Orgulho Hétero

Direitos iguais
Por Walter Hupsel(04.08.2011)


A Câmara de Vereadores de São Paulo tomou uma atitude corajosa ao aprovar, por meio de votação simbólica, o Dia do Orgulho Hétero. Se tem o dia do orgulho gay, nada mais justo que ter no nosso calendário oficial o dia do hétero também. A isso chama-se igualdade perante a lei. Ainda falta a sanção do prefeito Gilberto Kassab para entrar em vigor.

O Projeto de lei de autoria do vereador Carlos Apolinário (DEM) foi aprovado em votação simbólica, que é aquela normalmente aplicada quando há uma enorme maioria a favor. Apenas uns poucos partidos se opuseram ao projeto de lei; portando-se como uma minoria silenciosa, deixaram a lei passar. Caso pedissem a votação nominal, trâmite normal, provavelmente não viraria lei.

Então, agora, nós, os héteros habitantes da cidade de São Paulo, teremos um dia para comemorar, para nos orgulharmos de nossa condição. Um dia que a lei será responsável por “resguardar a moral e os bons costumes”, segundo o autor do projeto. (Que Kant não nos leia. Ele não conseguiria entender como a lei, por definição heterônoma, formaria a moral, autônoma. Tolinho!)

Voltando. Nós faremos nosso evento, carregaremos nossa bandeira, de ter orgulho de ser hétero, e nos posicionaremos contra essa degenerescência dos costumes. Falaremos pela família tradicional, aquela que existe desde sempre, formada por papai-mamãe-filhinhos.

Aquela família tradicional, tão violentada durante a história simplesmente porque é composta de héteros. Esses seres massacrados, que sempre tiveram seus direitos negados pelos status quo, que foram agredidos e assassinados em todos os períodos, perseguidos, humilhados publicamente.

Agora é mesmo hora da reação. Que nós héteros tomemos as ruas de São Paulo, mostrando que existimos a despeito dos séculos de opressão que nos impuseram. Carregaremos nossas bandeiras, gritaremos pelos nossos direitos. Queremos isonomia, igualdade, queremos enfim os mesmos direitos que os gays têm.

Por tudo isso só tenho que louvar a iniciativa de Carlos Apolinário e de todos os vereadores de São Paulo que aprovaram a lei. Os que se posicionaram contra o fizeram tão discretamente, não impedindo a aprovação, que também merecem palmas e louvores. Até mandaria flores para eles, mas isso me parece meio efeminado.

E aproveitando o ensejo, sugiro como pauta da Câmara, se algum bravo representante ousar questionar o estado das coisas que vivemos, oprimidos, com medo de nos mostrarmos em público, o dia do orgulho branco. Não aguentamos mais sermos discriminados nas portas giratórias dos bancos, nas entrevistas de emprego, nas blitz policiais. CHEGA!

Pensei também em sugerir o dia do homem, do macho oprimido. Mas graças ao bom deus este dia já existe.

Foto: google

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