segunda-feira, 14 de maio de 2012

Omi Kosi, Ewe Kosi, Kosi Orisa: Projeto Revitalização das Matas e Igarapés



Terreiros de Porto Velho realizam encontro para discutir a preservação e o cuidado com o meio ambiente

Com o objetivo de valorizar os saberes da tradição religiosa sobre cuidados com o meio ambiente, a ACCUNERAA vai realizar nos dias 18 e 19 de maio de 2012, o Encontro Omi Kosi, Ewê Kosi, Kosi Orisa, na cidade de Porto Velho.

A proposta é mobilizar o povo de terreiro para cuidar dos rios e igarapés da cidade mostrando que essa iniciativa dos terreiros tem como finalidade beneficiar toda a sociedade e que governo e os terreiros podem ser parceiros em ações de preservação do meio ambiente.

O evento em Porto Velho tem como objetivos:
• valorizar aspectos da diversidade cultural afro-brasileira e reconhecer o potencial da religiosidade de matriz africana como uma das referências para elaboração de conhecimentos a favor da questão ambiental

Local: Teatro Banzeiros – Porto Velho - Rondônia

sábado, 12 de maio de 2012

67% de moradores de rua são negros, porque será?

Nesta quarta-feira (9),  no Conselho Nacional de Saúde, parte da 233ª reunião ordinária foi dedicada ao Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua. A diretora do Departamento de Apoio à Gestão Participativa do Ministério da Saúde (Dagep/Sgep/MS),Júlia Roland, apresentou dados preocupantes: 67% das pessoas que vivem em situação de rua são negros (pretos e pardos), 53% são jovens (de 25 a 47 anos), 74% têm instrução (sabem ler e escrever), 70,9% exercem algum tipo de trabalho remunerado (construção civil, catadores e flanelinhas) e recebem entre R$20,00 e R$80,00 por semana, em média.

Entre as possíveis causas que levam pessoas a viver nas ruas estão o uso de álcool e drogas, o desemprego e graves problemas familiares. “Os problemas podem aparecer separadamente, em conjunto ou em decorrência um do outro”, observa Júlia Roland.

A pesquisa também assinalou algumas doenças, às quais pessoas em situação de rua estão mais vulneráveis, como a hipertensão, as doenças mentais, a aids e os problemas de visão (não necessariamente cegueira).

A pesquisa mostrou ainda que, quando apresentam problemas de saúde, as pessoas em situação de rua recorrem em primeiro lugar aos hospitais e posteriormente aos postos de saúde. "Isso acontece devido à discriminação que ainda é muito grande", avalia Júlia Roland.

O coordenador-geral de Apoio à Educação Popular e à Mobilização Social do Ministério da Saúde (Dagep/Sgep/MS), Reginaldo Alves Chagas, apresentou o Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua. Reginaldo Chagas explicou, ponto a ponto, as ações propositivas previstas no plano, mas ressaltou a importância da capacitação dos conselheiros de saúde sobre a temática da PSR e, principalmente, dos profissionais de saúde que, a seu ver, são fundamentais para o êxito do trabalho proposto.

"O morador de rua tem uma percepção diferenciada do seu próprio corpo. Ele só pára quando o corpo realmente parar”, analisa Reginaldo Chagas. Em sua avaliação “as pessoas em situação de rua não se sentem incluídas e a discriminação é demasiadamente grande, por isso não buscam prevenções nem paliativos”.

Em sua fala, o representante do Movimento Nacional de Pessoas em Situação de Rua, Anderson Miranda, ressaltou que mais de 14,7 mil pessoas vivem nas ruas apenas na cidade de São Paulo. Ele também solicitou ao CNS que aprove o mérito do texto base do Plano Operativo para Implementação de Ações em Saúde da População em Situação de Rua para que seja encaminhado à Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Tanto o mérito quanto o texto base do Plano Operacional foram aprovados por unanimidade pelo Pleno do CNS, seguindo o que recomenda a Lei Complementar nº 141, que define que os Planos Operativos devem ser antecipadamente apreciados pelos conselhos.

Fonte: Conselho Nacional de Saúde
Pleno do Conselho Nacional de Saúde aprova recomendação sobre saúde da população quilombola

A Comissão Intersetorial de Saúde da População Negra (CISPN) do Conselho Nacional de Saúde apresentou aos conselheiros uma recomendação sobre a população quilombola. A Comissão realizou reunião na terça-feira (8) sobre o assunto com representantes da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (SGEP/MS), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e da Defensoria Pública da União (DPU).

De acordo com dados da DPU, dos 653 municípios com comunidades remanescentes de quilombos certificadas pela Fundação Cultural Palmares no País, 454 municípios não serão contemplados pela Portaria nº 2.488/2011 do MS para recebimento de incentivo específico por possuírem comunidades quilombolas.

Segundo a coordenadora da Comissão, Jurema Werneck, isso acontece porque “o quantitativo populacional dos municípios é menor do que o previsto para o seu recebimento e que tal montante representa 1.248 comunidades certificadas no país, ou seja, 80% dos quilombos certificados estarão descobertas por incentivos específicos para atenção básica”, afirmou.

Entre as recomendações feitas pelo Conselho está a revisão da Portaria do Ministério da Saúde nº 2488/2011, para garantir a ação afirmativa voltada para as comunidades quilombolas, garantido valor variável segundo o número de comunidades quilombolas, desagregando os dados de quilombolas e assentados; incluir metas de atenção à saúde quilombola no Contrato Organizativo de Ação Pública que trata a Lei Complementar nº 141.

O texto da recomendação aprovado em pleno é direcionado ao Ministério da Saúde, à Fundação Nacional de Saúde e à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).

Fonte: Conselho Nacional de Saúde
Relatório aponta que vítimas de crimes cometidos em Brasília têm cara e cor

Por Denise Porfírio

Um novo estudo realizado pelo Instituto Sangari titulado Os novos padrões da violência homicida no Brasil aponta que na capital do país, morrem cinco vezes mais negros do que brancos em crimes violentos.

A pesquisa aponta que os negros se encaixam no perfil das vítimas de assassinatos do Distrito Federal. No ranking nacional de pessoas executadas em 2010, o DF figura na 10ª posição, com uma média de 34,2 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, 30% acima da média nacional, que é de 26,2 homicídios. A frente estão as cidades de Alagoas, Espírito Santo, Pará, Pernambuco, Amapá, Paraíba, Bahia, Rondônia e Paraná.

Quando a análise se restringe à população afrodescendente, Brasília passa a ocupar a 5ª colocação, com taxa de 55,5 assassinatos para cada 100 mil moradores. Ou seja, a mortalidade entre negros é 60% maior do que entre brancos e pardos. Para se ter uma ideia da diferença, a mortandade entre brancos no DF é de apenas 10 para cada grupo de 100 mil.

Segundo especialistas a posição ocupada pelo DF se deve a expansão do comércio de drogas nas periferias, endereço da maioria dos jovens pobres e negros e a diferença na aplicação de políticas públicas em Brasília e no Entorno. A maior preocupação é que ao contrário das demais unidades da Federação, o DF apresentou um crescimento no número de vítimas negras nos últimos anos. O aumento passou de 46,9 em 2006 para 55,5 em 2010.

Há quase uma década e meia fazendo relatórios sobre a violência no Brasil, o autor do Mapa, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, avalia que a identificação do brasileiro como “homem cordial” não se sustenta pelos dados estatísticos. “A sociedade brasileira é tão violenta quanto qualquer outra latino-americana”, diz.
 
Pesquisa - O estudo chama a atenção que por cada branco assassinado em 2010, morreram proporcionalmente mais de dois negros nas mesmas circunstâncias. “É mais preocupante ainda, pelo balanço histórico dos últimos anos, a tendência desses pesados níveis de vitimização é crescer ainda mais, afirma.

As fontes para a estruturação dos dados referentes à população por raça ou cor são as entrevistas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e/ou do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ambas coletam dados por autoclassificação do entrevistado, que escolhe uma entre cinco opções: Branca, Preta, Parda, Amarela ou Indígena.

O sociólogo Waiselfisz completa: “As evidências nos levam a postular a necessidade de reorientar as políticas nacionais, estaduais e municipais em torno da segurança pública”, pontua. “É necessário enfrentar de forma real e efetiva essa chaga aberta na realidade social do país”, conclui.

Fonte: Fundação Cultural Palmares
Foto: Google