terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde realiza encontro e lançamento de novo projeto no Rio de Janeiro


Encontro Estadual Religiões Afro-Brasileiras e a Promoção da Saúde no Rio de Janeiro: Corpo, Sexualidades, Prevenção do HIV-AIDS e Direitos Humanos
SÉRIE ENCONTROS TEMÁTICOS

O encontro tem como objetivo dar continuidade as discussões sobre a epidemia de HIV-Aids, valorizando os aspectos relacionados aos modelos de cuidado e acolhimento da tradição religiosa de matriz africana, a importância da participação social e da garantia dos direitos humanos, assim como o fortalecimento do diálogo entre os terreiros e o Sistema Único de Saúde. 

Quando? 12 de janeiro de 2012(quinta) 

Qual horário? 08 as 17:30h 

Onde? Ilê Omulu e Oxum
Rua General Olímpio da Fonseca 380
São João de Meriti – Rio de Janeiro


Encontro Estadual Religiões Afro-Brasileiras e Promoção da Saúde no Rio de Janeiro: Corpo, Sexualidades, Prevenção do HIV-AIDS e Direitos Humanos



Ficha de inscrição


Nome completo:


Endereço com bairro e CEP:


Telefones de contato:


Escolaridade:


Profissão:


Cor: Idade:


Nome do terreiro ou instituição:


Você desenvolve algum trabalho de saúde? ( ) sim ( ) não


Que tipo de trabalho?


Você participa de algum espaço de controle social?Qual?


Você já participou de algum evento da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde? ( ) sim ( ) não

Envie para o semireligafro2007@yahoo.com.br

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Racismo nas universidades é tema de debate

Mulheres negras pesquisadoras discutem o racismo institucional nas universidades


Por Joceline Gomes

Menos de 1% dos 6 mil doutores que se formam por ano no país são negros, e menos de 1% das teses tratam temas de interesse das populações afrodescendentes. Para discutir esses dados e formas de revertê-los ocorreu, na manhã desta sexta-feira (25), em Brasília, a mesa "Pesquisadoras Negras", evento integrante do 4º Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha.

"A academia é um espaço hostil à nossa presença. Orientadores acham que não podem entrar na questão racial. Por que não?", questionou a doutora Maria Aparecida Silva Bento, diretora executiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).

A professora lembrou a dificuldade na relação entre o pesquisador e o orientador, que, muitas vezes, considera o ato de abordar a questão racial no Brasil como militância. Segundo Maria Aparecida, a rigidez das instituições acadêmicas faz muitos estudantes negros desistirem de seus temas originais, pois, geralmente, os projetos de temática racial não são aprovados, ou os orientadores afirmam não ter conhecimento ou bibliografia sobre o tema.

Para a diretora, é preciso superar esse obstáculo, se organizar e pensar maneiras de melhorar a relação com agências financiadoras de programas de mestrado e doutorado, a fim de possibilitar benefícios a longo prazo para outros pesquisadores afro-brasileiros.

Esquecimento – Janaína Damasceno, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), sentiu essa dificuldade durante o desenvolvimento de sua tese: "Os Segredos de Virgínia", sobre a psicanalista e socióloga brasileira Virgínia Bicudo (1910-2003), primeira a abordar as relações raciais em um trabalho de pós-graduação no país e primeira negra a se tornar professora universitária.

Segundo Janaína, há um processo de esquecimento e rememoração das pesquisadoras negras, além de uma tentativa de embranquecimento. Sobre Virgínia Bicudo, por exemplo, a maioria das referências encontradas não diziam que ela era negra. De acordo com Janaína, a psicanalista atendeu a autoridades brasileiras como Eduardo Suplicy e teve contato com Juscelino Kubitschek, mas no campo das Ciências Sociais, Virgínia foi esquecida. "As teses sumiram do cenário acadêmico. As teses somem, mas as ideias não", disse.

Fortalecimento – A mediadora dos debates, Juliana Nunes, da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Distrito Federal, destacou que esse debate só é possível hoje porque muitos homens e mulheres afrodescendentes ousaram abordar o tema em tempos bem mais difíceis. "A universidade é um espaço que reproduz o sistema racista da sociedade brasileira, mas nós estamos aqui hoje, e este é um espaço de fortalecimento", argumentou.

Andressa Marques, mestranda em Literatura e pesquisadora da Universidade de Brasília, reiterou a necessidade de superar os obstáculos: "enfrentar o racismo institucional é um problema diário no meio acadêmico. Queremos não ter de lidar com isso, mas precisamos seguir em frente".

Ao discutir a proposta de criação de universidades quilombolas, a pesquisadora destacou a importância de um projeto que valorize e respeite a cultura local, sem limitar as possibilidades dos estudantes. "Pensar um espaço que partilhe o conhecimento alheio a esse enfrentamento diário que temos talvez seja mais frutífero", ponderou.

Pesquisadores – Janaína Damasceno expôs a realidade da USP, na qual a maioria das bancas são compostas por professores brancos. Segundo ela, nos trabalhos sobre a questão racial, os erros apontados durante a apresentação não são de conteúdo, são por conta da suposta militância. "Cada vez que dizem 'deixe de ser militante' estão dizendo é 'deixe de ser negro'".

Outro problema identificado pela doutoranda é que o argumento de muitos professores para a invisibilidade de autores negros nas pesquisas é que não há bons pesquisadores negros. "Vamos continuar sob esse jugo dos pesquisadores brancos?", questiona-se. "Precisamos nos colocar como intelectuais negros e dar visibilidade a intelectuais negros", conclui.

Redemocratização – Para a professora doutora Maria Aparecida, o racismo precisa ser discutido nas instituições, com treinamento e implementação de ações afirmativas. "É preciso buscar nas instituições outros pesquisadores negros que estejam passando pelas mesmas dificuldades, para educar a instituição a respeito da questão racial", orientou.

Segundo ela, não é mais possível isolar os discursos. "Precisamos trazer brancos para ouvirem nossas falas, para que eles possam aprender. Cabe aos negros redemocratizar esse país. As mulheres negras estão na ponta desse processo".

Foto: Denise Porfírio

sábado, 26 de novembro de 2011

Psicanalistas comemoram dia da consciência negra

No dia 20/11 foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Desde a gestão de Pedro Gomes a nossa Sociedade assumiu o compromisso de não deixar essa data passar "em branco". Nos propusemos a realizar alguma atividade para discutir a questão do preconceito em geral e contra a população negra em especial. Neste ano a data coincidiu com o Simpósio e Assembléia de Delegados da Febrapsi realizados em Salvador que, nesse mesmo final de semana recebia delegados de diversos países que comemoravam a escolha da capital baiana como Capital Negra da América Latina. Durante o evento Febrapsi, atendendo a uma sugestão de Ney Marinho, o presidente Leonardo Francischelli que encerrava a sua gestão mencionou a data e leu trechos do documento anexo de Marco Antonio Chagas Guimarães, doutor em Psicologia pela PUC-RJ. Assim, todas as Sociedades Psicanalíticas brasileiras se irmanaram na comemoração. Juntem-se a nós na leitura do anexo.

Bernard Miodownik e Wania Cidade

Delegados pela SBPRJ

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÃLISE DO RIO DE JANEIRO - SBPRJ

www.sbprj.org.br

População Negra, Racismo e Sofrimento Psíquico
Marco Antonio Chagas Guimarães (*)

O Brasil é um país pluri-étnico que tem em torno de 52% de sua população constituída de negros (pretos e pardos), sendo o segundo país no mundo em população negra, seguido da Nigéria, país africano. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado reconheceu que existe racismo no Brasil, mas a “herança do período escravocrata existente no imaginário brasileiro faz com que o racismo e a discriminação racial estejam profundamente enraizados na cultura e nas dinâmicas socais do nosso país” (Quintiliano e Lopes, 2007, p.1). Estatísticas oficiais evidenciam que o racismo é um dos determinantes das condições de saúde, o que resulta em altas taxas de morbidade e mortalidade da população negra e na existência de desigualdades e iniqüidades que impedem o acesso a direitos à metade da população brasileira.

No imaginário de nossa “democracia racial” ser negro é, por exemplo, ser feio, sujo, ter pouca inteligência. As positividades negras são, em geral, pensadas/sentidas em termos idealizados e/ou folclorizados, relacionado-as, ao samba, ao futebol, à destreza sexual, à resistência para o esforço no trabalho, ou resistência à dor. Ainda hoje, a literatura chama de banzo, numa forma romântico-folclorizada, o que sabemos ter sido depressão, conseqüência do sofrimento psíquico de pessoas negras durante o período escravocrata.

Na prática o produto final desse imaginário promove o travamento de portas em bancos, o acompanhamento - com o olhar e com a presença acintosa - a pessoas negras em shoppings e supermercados, promove a procura e o encontro de balas perdidas em corpos de sujeitos psíquicos que têm, em sua grande maioria, uma determinada cor. Sabemos também que a repercussão dessas vivências leva ao trabalho de baixa remuneração, desigualdades em educação e iniquidades em saúde, só para citar algumas formas de não garantia de direitos humanos.

A clínica de pacientes negros tem mostrado que as repercussões psíquicas dessas vivências, em um meio ambiente nada bom o suficiente, são humilhação social, baixa estima, timidez excessiva, irritabilidade, ansiedade intensa, estados fóbicos, hipertensão, depressão, obesidade, agressividade intra ou intersubjetiva, uso de álcool ou outras drogas, entre outros.

Neste dia 20 de novembro, dia em que se propõe uma reflexão à consciência, de negros e brancos, sobre as questões raciais brasileiras, por intermédio da figura de um representante da resiliência negra no Brasil, Zumbi dos Palmares, é importante que a psicanálise e nós, psicanalistas, possamos refletir em nossas interioridades, em nossos corações, sobre o tema “racismo e sofrimento psíquico” lembrando que a história da população negra no Brasil, assim como de sua subjetividade, é construída a partir de um processo político, econômico e ideológico que promove vulnerabilidades e iniqüidades no acesso aos direitos humanos.

O Premio Nobel da Paz de 1986, Elie Wiesel, sobrevivente de campos de concentração nazistas, numa entrevista concedida a revista Veja, em 2009, lembra-nos que o holocausto não pode ser negado “porque dói. Dói nos sobreviventes, nos seus filhos e nos filhos de seus filhos. Quem nega o holocausto pela dor que inflige aos sobreviventes e seus descendentes, comete mais do que apenas pecado (alienação). É uma crueldade”. Como muito bem aprendemos com a população judaica, é preciso “não esquecer para não repetir jamais”.

Minha contribuição busca propor que as pessoas presentes neste Encontro da Federação Brasileira de Psicanálise – Febrapsi possam acolher em suas interioridades, para posterior reflexão, a ideia de que o racismo é estruturante de nossas relações sociais e que as subjetividades que somos todos e, todos nós psicanalistas e profissionais de saúde mental, são construídas no interior destas relações. A ideia do quanto esse elemento fala, ou não, em nós, quando somos agentes de saúde, na escuta psicanalítica ou no trabalho em saúde mental. Meu desejo com esta contribuição é também buscar, além do direito à saúde, uma consciência mais ampla das relações sociais e de direitos humanos entre os brasileiros. Neste sentido, associo-me ao desejo expresso na fala de Sueli Carneiro, quando ela diz que “A utopia que hoje perseguimos consiste em buscar um atalho entre uma negritude redutora da dimensão humana e a universalidade ocidental hegemônica, que anula a diversidade. Ser negro sem somente ser negro, ser mulher sem ser somente mulher, ser mulher negra sem ser somente mulher negra. Alcançar a igualdade de direitos é converter-se em um ser humano pleno e cheio de possibilidades e oportunidades para além de sua condição de raça e gênero. Esse é o sentido final dessa luta” (Carneiro, 2003, p.57).

Referência Bibliográfica
CARNEIRO, S. - Enegrecer o Feminino: A Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma Perspectiva de Gênero – in- ASHOKA Empreendedores Sociais e Takano Engenharia (org.) – Racismos Contemporâneos. Takano, Rio de Janeiro, 2003.

QUINTILIANO, L., LOPES, F. – Combate ao Racismo Institucional, DFID – Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional, Brasília, 2007.

(*) - Doutor em psicologia clínica (PUC-Rio), psicólogo, psicanalista, integrante do Grupo Psicossomática Psicanalítica Oriaperê (RJ), integrante da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (núcleo RJ).

Foto: google

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Gênero e raça na 2ª Conferência do Desenvolvimento

Gênero e raça estão em destaque na 2ª Conferência do Desenvolvimento


Em arena de debates organizada pelo IPEA, ONU Mulheres, SPM e Seppir, temática é elevada aos grandes temas a serem considerados no desenvolvimento do País. De 23 a 25 de novembro, especialistas vão analisar políticas públicas, oportunidades e desafios para a superação das desigualdades raciais e de gênero

Alçado entre os grandes temas destacados pela 2ª Conferência do Desenvolvimento - Code, o combate ao racismo e ao sexismo será discutido na perspectiva dos indicadores socioeconômicos, que registram as desigualdades de gênero e raça, a partir de amanhã (23/11), em Brasília. Com extensa programação, o Espaço Gênero e Raça vai concentrar os debates sobre a análise das políticas públicas, oportunidades e desafios para a superação das desigualdades.

Terá, ainda, lançamento da pesquisa “Participação das mulheres no processo eleitoral de 2010”, lançamento de dois livros “Redistribuição, reconhecimento e representação: diálogos sobre a igualdade de gênero” e “Tensões e experiências: um retrato das trabalhadoras domésticas de Brasília e Salvador” e mostra fotográfica sobre mulheres negras, jovens, do campo e da cidade.

A programação será inaugurada, às 14h30 do dia 23 de novembro, com a apresentação da 4ª edição do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, elaborado pelo IPEA, ONU Mulheres, Secretaria de Políticas para as Mulheres e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A análise coloca em evidência 12 áreas temáticas: demografia, chefia de família, educação, saúde, previdência e assistência social, trabalho, trabalho doméstico, habitação e saneamento, acesso a bens duráveis e exclusão digital, pobreza e desigualdade de renda, uso do tempo e vitimização.

Das 16h30 às 18h30 serão iniciados os debates sobre os blocos temáticos do estudo. O primeiro deles “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça: bloco temático saúde e educação” terá as participações de Emanuelle Goés (UFBA), Edilza Sotero (USP), Edilza Lobo (IPEA) e Fernanda Lopes (UNFPA) acerca dos processos de geração e perpetuação das diferenças e das desigualdades de mulheres e homens, brancos/as e negros/as.

Na quinta-feira (24/11), as reflexões recomeçam, às 8h30, na mesa “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça: bloco temático vitimização”, composta por Carla Andrade (IPEA), Jackeline Romio (Unicamp) e Ana Sabóia (IBGE) sobre a compreensão de fenômenos como a violência de gênero e contra a juventude negra. A partir das 10h30, terá início o painel “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça: bloco temático renda, pobreza e desigualdade” será desenvolvido por Tatiana Silva (IPEA), tendo como debatedora a especialista em saúde pública Maria Inês Barbosa e foco nas dimensões de pobreza e desigualdade de renda frente às estratégias recentes do governo federal de enfrentamento à extrema pobreza.

Ainda na quinta-feira (24/11), haverá a mesa “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça: bloco temático uso do tempo”, das 14h30 às 16h30, com exposição de Cristiana Luiz (UNB) e Márcia Leporace (SPM) e debate de Vera Soares (Ministério da Ciência e Tecnologia) acerca da desigual distribuição do tempo entre trabalho doméstico não remunerado e mercado de trabalho, responsabilização feminina pelas atividades de cuidados e impacto nos diferentes grupos de mulheres. A roda do dia se encerrará no painel “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça: bloco temático habitação, saneamento, acesso a bens duráveis e exclusão digital”. O tema será apresentado, das 16h30 às 18h30, por Pensilvânia Neves (Unifacs/BA) e Layla Carvalho (UNB), tendo como debatedora Ana Izabel (UFRJ).

Participação política, mídia e trabalho doméstico
Os resultados da pesquisa “Participação das mulheres no processo eleitoral de 2010” serão apresentados, das 8h30 às 12h30, na mesa “Representação política, gênero e desenvolvimento”, composta por José Eustáquio Alves (IBGE), Marlise Matos (UFMG) e Jacira Melo (Instituto Patrícia Galvão), com moderação de Nina Madsen (SPM). O estudo foi financiado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres e realizado pelo Consórcio Bertha Lutz, integrado por pesquisadores de núcleos de pesquisas de universidades e organizações sociais. A pesquisa se desenvolveu por meios de três eixos: comportamento, tendências e percepções do eleitorado brasileiro, monitoramento das campanhas e candidaturas, e monitoramento da mídia jornalística.

Outro lançamento vai atrair as atenções no período da tarde, das 14h30 às 16h30, quando da apresentação do livro “Redistribuição, reconhecimento e representação: diálogos sobre a igualdade de gênero”, que concentra os debates realizados ao longo de dois anos no IPEA acerca da saúde, trabalho, violência e participação política sob a perspectiva de gênero e da igualdade entre homens e mulheres. O ato terá as exposições de Maria Aparecida Abreu (IPEA) sobre debate feminista e políticas sociais, Flávia Biroli (UNB) acerca de mulheres, mídia e política e Jacqueline Brigagão (USP) sobre mulheres, direitos sexuais, reprodutivos e políticas de saúde.

O último painel “Retrato da Desigualdade de Gênero e Raça: bloco temático trabalho e trabalho doméstico” e lançamento do livro “Tensões e experiências: um retrato das trabalhadoras domésticas de Brasília e Salvador”, de autoria do CFEMA, ONU Mulheres, OIT e IPEA completam a rodada de grandes temas de pesquisa e reflexão sobre políticas públicas e impactos nas populações de mulheres e homens, negros e brancos. A mesa será integrada por Joaze Bernardino-Costa (UNB) e Mônica Oliveira (Seppir), tendo como debatedora Betânia Ávila (SOS Corpo).

Arte para os olhos e a alma
O pulsante ativismo e a mobilização de mulheres negras, jovens, do campo e da cidade estão documentados pelas lentes de um grupo de fotógrafas e fotógrafos. Durante a 2ª Code, o público vai poder conferir as três exposições. “Vozes-Mulheres” sai do livro-fotografia 2011 – Ano Internacional das e dos Afrodescendentes, produzido pela ONU Mulheres com poema de Conceição Evaristo e produção fotográfica e estética de Januário Garcia e Luiz Gá, respectivamente, para o formato mostra de fotografia.
As fotógrafas Alexandra Costa, Elaine Campos, Julia Zamboni e Rayane Noronha retratam um movimento do qual fazem parte como jovens mulheres feministas na exposição “Mulheres em Marcha”. Enquanto “Retrato das Mulheres Brasileiras e Margaridas”, de Sydnei Murrieta, mergulha na diversidade feminina. O grupo de fotógrafas e fotógrafos participará na sexta-feira (25/11), às 16h30, de uma roda de conversa sobre suas produções no Espaço Latinidades.

2ª Conferência Nacional do Desenvolvimento – Code
Data: 23 a 25/11/2011
Horário: das 8h30 às 21h
Local: Parque de Exposições (Parque da Cidade) – Brasília/DF

Fonte:UNIFEM
Fotos:google

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

I Seminário Nacional sobre Direito e Saúde

O I Seminário Nacional sobre Direito e Saúde vai acontecer em Brasília entre os dias 22 e 24 de novembro. O evento, idealizado pelo Ministério da Saúde, Advocacia-Geral da União, Fundação Oswaldo Cruz, Conselho Nacional do Ministério Público Conselho Nacional de Justiça, Universidade de São Paulo e outros órgãos, reunirá pesquisadores, acadêmicos, operadores do direito na área da saúde pública, gestores e participantes do controle social.

Data: 22 a 24 de novembro de 2011
Local: FIOCRUZ – L3 Norte, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Gleba A, SC 4

Para o Consultor Jurídico do Ministério da Saúde, Jean Uema, o encontro será uma grande oportunidade para estabelecer consenso sobre as interpretações jurídicas quanto ao direito à saúde. “Uma das discussões que precisamos aprofundar é o conhecimento sobre o ordenamento jurídico da saúde e a sua interpretação. Além disso, as novas leis que estão surgindo dentro do direito sanitário, como a regulamentação da Lei Orgânica da Saúde, e a judicialização na saúde também devem ser amplamente debatidos”, explica.

No primeiro dia, será discutida “a atuação dos poderes públicos em defesa da saúde”. Essa mesa tem como foco abordar como os três Poderes atuam para atender às necessidades da população na área da saúde, além da contribuição destes na consolidação e melhoria do SUS. Também será discutido neste dia o tema ”controle judicial das políticas públicas”, que tratará de questões gerais sobre competência, legitimidade e limites de atuação do Poder Judiciário.

“A integralidade da assistência à saúde e a Lei 12.40111” será o primeiro tema do dia 23, quando será discutida a atuação das associações de classe e das organizações não governamentais, em relação à integralidade da assistência à saúde, e os possíveis impactos da lei de incorporação de tecnologias em saúde.
O último dia do evento (24) trará como assuntos as “novas perspectivas do Direito Sanitário” e “quanto queremos gastar com a saúde?”. O primeiro debate deverá discutir as implicações para a filosofia e a teoria do direito da afirmação de direitos sociais. O segundo tema vai abordar o orçamento destinado à saúde pública.

CONCURSO DE BOAS PRÁTICAS – Durante o Seminário, também serão apresentados os vencedores do 1º Concurso Nacional de Práticas Exitosas na Área de Saúde. A ideia é incentivar boas práticas na área de redução de litigiosidade e gestão e na melhoria da qualidade de acesso ao SUS.

A abertura do seminário ocorre às 9h do dia 22, com pronunciamento do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Fonte: Blog Saúde com Dilma

domingo, 20 de novembro de 2011

Lançamento do livro sobre Pierre Verger

No próximo sábado, dia 26 de novembro,a partir das 19:30h no Museu da República vai acontecer o lançamento do livro Pierre Fatumbi Verger: do olhar livre ao conhecimento iniciático, de Jérôme Souty. O livro, que se aproxima de um estudo biográfico, é mais que uma análise da produção científica e artística de Pierre Verger ou uma reflexão geral sobre a originalidade de sua experiência.

sábado, 19 de novembro de 2011

Saúde da População Negra será celebrada na Cinelândia


A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro realizam a Celebração da Saúde e Cidadania da População Negra.

O evento acontece no dia 29 de novembro, de 09 as 14h, em frente a Cãmara Municipal, na Cinelândia, no Rio de Janeiro.

A celebração vai contar com diversos parceiros da Rede e a presença de serviços oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, além da mostra das atividades desenvolvidas pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde.

Para esquentar os tamborins vão estar presentes o Afoxé Bamba no Arô e o Bloco Carnavalesco Amigos do Seu Zé.
Vale a pena conferir.

Crianças negras são preteridas por famílias candidatas à adoção

Três anos após a criação do Cadastro Nacional de Adoção, as crianças negras ainda são preteridas por famílias que desejam adotar um filho. A adoção inter-racial continua sendo um tabu: das 26 mil famílias que aguardam na fila da adoção, mais de um terço aceita apenas crianças brancas. Enquanto isso, as crianças negras (pretas e pardas) são mais da metade das que estão aptas para serem adotadas e aguardam por uma família.

Apesar das campanhas promovidas por entidades e governos sobre a necessidade de se ampliar o perfil da criança procurada, o supervisor da 1ª Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Walter Gomes, diz que houve pouco avanço.

"O que verificamos no dia a dia é que as família continuam apresentando enorme resistência [à adoção de crianças negras]. A questão da cor ainda continua sendo um obstáculo de difícil desconstrução."

Hoje no Distrito Federal há 51 crianças negras habilitadas para adoção, todas com mais de 5 anos. Entre as 410 famílias que aguardam na fila, apenas 17 admitem uma criança com esse perfil. Permanece o padrão que busca recém-nascidos de cor branca e sem irmãos. Segundo Gomes, o principal argumento das famílias para rejeitar a adoção de negros é a possibilidade de que eles venham a sofrer preconceito pela diferença da cor da pele.

"Mas esse argumento é de natureza projetiva, ou seja, são famílias que já carregam o preconceito, e esse é um argumento que não se mantém diante de uma análise bem objetiva", defende Gomes.

O tempo de espera na fila da adoção por uma criança com o perfil "clássico" é em média de oito anos. Se os pretendentes aceitaram crianças negras, com irmãos e mais velhas, o prazo pode cair para três meses, informa.

Há cinco anos, a advogada Mirian Andrade Veloso, 38, se tornou mãe de Camille, uma menina negra que hoje está com 7 anos. Mirian, que tem cabelos loiros e olhos claros, conta que na rotina das duas a cor da pele é apenas um "detalhe". Lembra-se apenas de um episódio em que a menina foi questionada por uma pessoa se era mesmo filha de Mirian, em função da diferença física entre as duas.

"Isso [o medo do preconceito] é um problema de quem ainda não adotou e tem essa visão. Não existe problema real nessa questão, o problema está no pré-conceito daquela situação que a gente não viveu. Essas experiências podem existir, mas são muito pouco perto do bônus", afirma a advogada.

Hoje, Mirian e o marido têm a guarda de outra menina de 13 anos, irmã de Camille, e desistiram da ideia de terem filhos biológicos. "É uma pena as pessoas colocarem restrições para adotar uma criança porque quem fica esperando para escolher está perdendo, deixando de ser feliz."

Para Walter Gomes, é necessário um trabalho de sensibilização das famílias para que aumente o número de adoções inter-raciais.

"O racismo, no nosso dia a dia, é verificado nos comportamentos, nas atitudes. No contexto da adoção não tem como você lutar para que esse preconceito seja dissolvido, se não for por meio da afirmatividade afetiva. No universo do amor, não existe diferença, não existe cor. O amor, quando existe de verdade nas relações, acaba por erradicar tudo que é contrário à cidadania", disse.

Fonte: Agência Brasil

domingo, 30 de outubro de 2011

Campanha de combate ao racismo institucional no Sistema Único de Saúde

Acordo assinado entre os ministros Padilha e Luiza Bairros impulsiona ações de promoção da saúde da população negra e pela igualdade racial

O ministro Alexandre Padilha e a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros, celebraram o Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, comemorado hoje (27), com a assinatura de um acordo que assegura a adesão do Ministério da Saúde à campanha “Igualdade Racial é Pra Valer!”. A assinatura do acordo também vai impulsionar ações no Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento do racismo.

O acordo foi assinado durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes das esferas de governo federal, estadual e municipal, na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília.

No Brasil, cerca de 50% da população brasileira é negra ou parda. Segundo estimativa do Ministério da Saúde esta parcela da população responde por, aproximadamente, 70% dos atendimentos no SUS. “Também chama a atenção o fato que as taxas de mortalidade infantil e materna sejam maiores entre a população negra”, disse o ministro Alexandre Padilha.

A partir do acordo com a SEPPIR, o Ministério da Saúde vai desencadear as ações como a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, criada em 2009, e do Programa de Enfrentamento ao Racismo Institucional. “Também queremos introduzir na formação de profissionais de saúde o combate ao racismo”, assegurou Padilha.

Para a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros, “um dos pontos importantes desse acordo é que o Ministério da Saúde assume o compromisso de enfrentar o racismo institucional”. Para ela, a população negra precisa de atenção coerente às suas necessidades.

Ações específicas - De acordo com o ministro Alexandre Padilha, uma das metas do ministério, até 2014, é implantar, em todos os estados, o teste do pezinho para a identificação precoce da Anemia Falciforme – que atinge principalmente a população negra. Anualmente, três mil crianças nascem com doença falciforme no Brasil. Por ano, cerca de 2,5 milhões de recém-nascidos têm acesso ao exame da doença pelo SUS – há 16,2 mil postos de coleta para teste do pezinho e 33 serviços de referência.

Fonte - Ministério da Saúde
Ubirajara Rodrigues
Agência Saúde

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

SEPPIR e Ministério da Saúde assinam Termo de Cooperação para a implementação da PNSIPN

Luiza Bairros
Resultado da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra, que ocorre anualmente através de atividades voltadas para a discussão sobre discriminação, racismo, iniqüidades em saúde, entre outros temas, nesta quinta-feira (27), Luiza Bairros, Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), assinou em Brasília, um termo de cooperação com o Ministério da Saúde para promover a ‘Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra’ no país por meio de ações conjuntas.



O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, que apóia a Mobilização no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, entrevistou a Ministra, que falou sobre a importância da efetivação das medidas e estratégias que tem o objetivo de reduzir as desigualdades na área da saúde. “Quando falamos em saúde da população negra nós também estamos falando nas condições de nascer, viver e morrer de uma população com taxas de mortalidade mais precoces (…). Se trata de defender um direito, que é o direito fundamental de viver com dignidade e de ser atendido nas suas necessidades e particularidades”, destacou.


Luiza Bairros é gaúcha, formada em Administração Pública e Administração de Empresas, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atuou no Movimento Negro Unificado (MNU) desde a década de 1970, chegando a ser eleita como a primeira coordenadora nacional, assim como participou das principais iniciativas do movimento negro na Bahia e no Brasil. Antes de assumir a SEPPIR/PR, foi titular da SEPROMI (Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia), que trata de políticas para mulheres e de igualdade racial.


A efetivação da Política Nacional de Saúde da População Negra nos estados e municípios, o enfrentamento ao racismo nos serviços de saúde, o alto índice de mulheres negras vítimas da mortalidade materna e os jovens negros mortos por causas violentas foram alguns dos assuntos abordados. Confira a entrevista na íntegra:


UNFPA – De que forma a Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra contribui para ampliar o debate sobre desenvolvimento no Brasil?


Luiza Bairros - É uma contribuição muito importante. Porque os temas os temas de saúde da população negra ainda dependem muito de mobilização social. Todos os avanços que nós conseguimos nos últimos anos em relação a esse tema são devidos fundamentalmente ao trabalho que é feito por especialistas em saúde da população negra e por várias organizações que existem no Brasil que mantêm essa agenda viva e, portanto também forçam o setor público a adotar medidas que favoreçam a população negra nessa área. A relação com o desenvolvimento é total. Porque na verdade, quando falamos em saúde da população negra nós também estamos falando nas condições de nascer, viver e morrer de uma população com taxas de mortalidade que são mais precoces e maiores comparativamente a outros grupos sociais. Então se trata de defender um direito, que é o direito fundamental de viver com dignidade e de ser atendido nas suas necessidades e nas suas particularidades. De maneira que, em a população negra tendo as suas condições de saúde atendidas de forma devida e respeitando o que ela tem de singularidade, nós também teremos uma população negra mais apta a participar de todos os benefícios do desenvolvimento. Uma população que deixa, portanto, de ser vista como um problema, para ser vista como parte de tudo o que o país precisa mobilizar de bom para que possamos constituir uma sociedade que beneficia a todos e todas sem distinção de raça, por exemplo.


UNFPA – A Mobilização é uma iniciativa da sociedade civil, mas o governo se engajou e, nesse período, realiza ações nas três esferas de gestão. Como a Mobilização se alinha com as ações estratégicas da SEPPIR?


A SEPPIR desde 2003 tem realizado varias iniciativas no sentido de fazer com que a saúde da população negra seja incorporada com uma política dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, nós estamos retomando aquilo que considero uma segunda fase deste esforço – dos últimos oito anos – e uma fase onde não temos mais que inventar nenhum tipo de desculpa para justificar o fato da Política Nacional de Saúde da População da Negra não estar devidamente implementada. Todos os passos já foram dados nesse sentido. O Estatuto da Igualdade Racial transformou esta Política em lei, portanto o que nos resta agora é fazer com que estas experiências que ainda são isoladas em alguns estados brasileiros sirvam de plataforma para uma ação mais concentrada capaz de mobilizar as secretarias estaduais e municipais de saúde em todo o país. A este propósito, nós estamos hoje, a SEPPIR, assinando um protocolo de intenções com o Ministério da Saúde, visando algumas ações exatamente nessa direção de fazer da Política Nacional um instrumento vivo.


A senhora poderia destacar ações realizadas pela SEPPIR e o Ministério da Saúde para a promoção da equidade e enfrentamento ao racismo na saúde?


Exatamente. O protocolo de intenções com o Ministério da Saúde tem objetivo de reavivar o compromisso entre os dois ministérios. Para ele, nós estamos pensando em fazer uma campanha de comunicação ‘Igualdade Racial é pra valer!’ no Sistema Único de Saúde. Pretendemos retornar, agora em outras bases, a questão do racismo institucional dentro do SUS, uma ação estratégica da maior importância, considerando as evidencias que se tem de um atendimento inadequado para pessoas negras, o que resulta em que muitas doenças sejam agravadas entre pessoas negras e que, por um lado, tem levado também a uma negligencia com aquelas doenças que são prevalentes na população negra e que poderíamos, através de um SUS que incorporasse esses princípios de equidade racial, ter como resultado uma qualidade de vida melhor para a população negra. Outro aspecto importante dessa segunda fase relação SEPPIR e Ministério da Saúde é trabalhar sob a vigência do Estatuto da Igualdade Racial que, como eu disse inicialmente, transforma a Política Nacional de Saúde da População Negra em Lei.


Como já foi dito pela senhora, a SEPPIR tem contribuído para que a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra tenha uma gestão mais efetiva para dentro do Ministério da Saúde e para que se torne uma realidade nos estados e municípios. Mas, o que ainda precisa ser feito?


É preciso que junto com o Ministério da Saúde e com o Comitê Técnico de Saúde da População Negra elencar e efetivamente executar aquelas medidas que tornem possível para o sistema como um todo, absorver essa realidade. A realidade de que existe um campo de pesquisa, de intervenção, de ação pratica na atenção a saúde que está ligada as necessidades de um determinado grupo populacional.


Gostaria que a senhora falasse especificamente dos seguintes temas: mortes maternas entre mulheres negras e mortes por causas violentas entre jovens negros de sexo masculino. Isso tem relação com racismo institucional? De que forma a SEPPIR está atuando para enfrentar esse problema? Quem são os parceiros?


Em relação a mortalidade na juventude negra a SEPPIR está trabalhando junto com outros ministérios no âmbito do Fórum Direitos e Cidadania na montagem de uma sala de ação, para não apenas monitorar as situações, mas para articular um conjunto de ações de prevenção a essas mortes. A mortalidade na juventude negra, a gente sabe, está ligada a diversos aspectos e, portanto isso tem implicado da nossa parte um trabalho de articulação com diferentes ministérios. Entram o Ministério da Justiça, o Ministério da Saúde, mais especificamente na questão da prevenção ao consumo de drogas, o Ministério da Educação com ações que para nós são fundamentais no sentido de provocar na juventude negra expectativa e possibilidade de participação social e entra também o Ministério do Desenvolvimento Social naquilo que se refere na parcela da juventude negra ainda submetida a situação de empobrecimento muito grave e da distância das oportunidades mínimas na nossa sociedade. No que se relaciona a mortalidade materna, que tem sido um dos temas centrais dessa discussão mais ampla de saúde da população negra, o nosso esforço deverá agora e no futuro próximo deverá ser no sentido de que as ações de prevenção da mortalidade materna feitas pelo Ministério da Saúde sejam feitas em função da situação detectada entre as mulheres negras. Como todos sabem temos taxas de mortalidade materna superiores entre mulheres negras em todos os estados brasileiros e acho esse dado eloqüente o suficiente para fazer com que daqui pra frente às políticas tenham foco direcionado as mulheres negras que morrem mais de causas totalmente evitáveis.

Fonte:UNFPA

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Não vou mais lavar os pratos: o mais novo lançamento da KITABU

Voce não pode perder esse lançamento. No dia 28 de outubro, a KITABU- livraria negra, realiza o lançamento com noite de autógrafos do livro da carioca Cristiane Sobral, as 18:30h. Vale a pena conferir na Rua Joaquim Silva 17 - loja- Lapa - Rio.            Veja uma poesia da autora:


Não vou mais lavar os pratos
Não vou mais lavar os pratos.
Nem limpar a poeira dos móveis.
Sinto muito.
Comecei a ler.
Abri outro dia um livro e uma semana depois decidi.
Não levo mais o lixo para a lixeira.
Nem arrumo mais a bagunça das folhas no quintal.
Sinto muito.
Depois de ler percebi a estética dos pratos, a estética dos traços, a ética, a estática.
Olho minhas mãos bem mais macias que antes e sinto que posso começar a ser a todo instante. 
Sinto.


Fonte: Kitabu livraria

CEN realiza campanha contra a intolerância religiosa

domingo, 23 de outubro de 2011

Acervo digital de cultura negra

CULTNE no Cinema apresenta os primórdios da “black music” no Rio de Janeiro com cinema, música e conhecimento.


Data: 09 de novembro de 2011
Local: Cine Odeon - Cinelândia - Rio de Janeiro

I Oficina de Povos Tradicionais de Terreiro

Estão abertas as inscrições para selecionar participantes para a I Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros. A Chamada Pública foi divulgada hoje, 21 de outubro de 2011, no site do Ministério da Cultura.

A oficina – que acontecerá, de 27 a 30 de novembro, em São Luis, Maranhão – é uma iniciativa da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura e tem como objetivo subsidiar a construção de políticas públicas de cultura para Povos Tradicionais de Terreiros com vistas à proteção, promoção e consolidação de suas tradições, reconhecendo seus ritos, mitologias, simbologias e expressões artístico-culturais.

As inscrições poderão ser realizadas de 22 a 31 de outubro, mediante preenchimento de formulário pelo SALICWEB no endereço: http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/.

No ato da inscrição, deverão ser anexadas cópias dos seguintes documentos: comprovante de residência, CPF, RG, currículo (ou breve histórico de vida) e carta de indicação da liderança do terreiro ao qual o candidato pertence (quando for o caso de candidatar-se à categoria “Representante de Povos Tradicionais de Terreiros”). A inscrição será validada apenas se forem preenchidos todos os campos solicitados. Os inscritos serão avaliados e selecionados pela Comissão de Organização da Oficina de Elaboração de Políticas Públicas de Cultura para Povos Tradicionais de Terreiros, conforme estabelece a Portaria Nº 28, de 12 de Agosto de 2011, Diário Oficial da União- seção 2.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vídeo sobre religiões afro-brasileiras e saúde será filmado em São Luis, Rio de Janeiro e Porto Alegre

Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde inicia vídeo sobre aspectos culturais da epidemia de HIV-Aids nos terreiros

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde realizou nos dias 13 e 14 de outubro, a Oficina de Consenso para realização do vídeo Religiões Afro-Brasileiras e Saúde: Aids e Direitos Humanos, em São Luís do Maranhão, fruto de parceria estabelecida com o Departamento de DST-Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.


O vídeo vai abordar alguns temas como i)Terreiros , espaços promotores de saúde, ii) Estigma e preconceito, iii) Racismo institucional e Intolerância religiosa na saúde iv) Sexualidades, Direitos Sexuais e Reprodutivos v)- DST-Aids e Hepatites Virais : prevenção e assistência vi) Sistema Único de Saúde e Controle Social de Políticas Públicas.

Para a filmagem do vídeo, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, conta com a consultoria da egbomi Vanda de Oxum(educadora e pesquisadora) e Marco Antonio de Airá(psicanalista e pesquisador) e a produção executiva do Ogan Marmo de Oxossi e de Damiana de Oliveira.

A filmagem conta com a participação do cineasta Neto Borges, que estará acompanhado por Marcelo Massani e Mauro de Miranda Siqueira(Ministério da Saúde).

Para auxiliar nos contatos com as lideranças da tradição religiosa afro-brasileira e colaborar nas filmagens dos terreiros do Maranhão, Rio de Janeiro e Porto Alegre foram convidados alguns coordenadores de núcleos da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde: Mãe Luza de Oxum do tambor de mina(MA), Mãe Nilce de Oyá do candomblé(RJ) e Babá Dyba de Iemanjá do batuque(RS).

A Oficina de Consenso aconteceu no dia 13 de outubro, na Casa dos Conselhos, no Centro Histórico de São Luís e contou com as presenças de: Mãe Nilce de Oyá, Mãe Luza de Oxum, Babá Dyba de Iemanjá, Egbomi Vanda de Oxum, Egbomi Marco Antonio de Airá, Noêmia de Souza Lima(técnica do Ministério da Saúde), Ana Luísa(coordenadora do CTA da Secretaria Municipal de Saúde de São Luis), Wendell Alencar, Anne Gabriela Veiga (coordenadora do Programa Municipal de DST-Aids de São Luís), Osvaldina Mota(coordenadora do programa Estadual de DST-Aids do Maranhão), Ibsen(Programa Municipal DST-Aids de São Luis) e Ogan Marmo de Oxossi(coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro- Brasileiras e Saúde).

A colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís e da Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão foram fundamentais para a realização da Oficina e nas visitas aos terreiros em São Luís.

No dia 14 de outubro foram realizadas visitas aos terreiros com uma parada para almoço oferecido no Terreiro São Sebastião de Pai Epitácio. Todos os terreiros visitados foram muito acolhedores.

Veja aqui a lista dos terreiros visitados no Maranhão:
Casa Fanti Ashanti  - Pai Euclides - Cruzeiro do Anil
Terreiro Fé em Deus - Mãe Euzita - Sacavém
Terreiro São Sebastião - Pai Epitácio -  Vila Palmeira
Casa de Iemanjá - Dona Raimunda -  Liberdade
Ilê Axé Oba Izou - Pai Wender -  Liberdade
Ilê Axé Omo D`Ossain - Pai Mariano -  Residencial Paraíso
Kué Besetó Vodun Badé - Pai Lindomar -  Anjo da Guarda
Terreiro Mamãe Oxum e Pai Oxalá  - Pai Joãozinho -  Vila Nova
Terreiro Kamafeu de Oxossi - Mãe Maria do Sete -  Praia do Araçagi 

O próximo passo é a visita do coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, e do responsável pela filmagem, a cidade de Porto Alegre com a finalidade de apresentar a proposta do vídeo para as lideranças dos terreiros do batuque.

População Negra mobilizada para o dia 27 de outubro

Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra 2011

Sociedade civil e governo debatem os impactos do racismo e discriminação nas condições de saúde da população negra.

Com a finalidade de garantir a efetivação dos direitos à saúde da população negra brasileira, sobretudo o direito humano à saúde, estão sendo intensificadas durante os meses de outubro e novembro, em diversas localidades do Brasil, atividades que fazem parte da Mobilização Nacional Pró Saúde da População Negra 2011.

A Mobilização, liderada pela Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, em parceria com a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras, Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, Rede Lai Lai Apejo – População Negra e AIDS, Rede Nacional Afro-Atitudes, Rede Sapatà - Promoção e Controle Social em Saúde das Lésbicas Negras, pretende estimular a sociedade no reconhecimento e enfrentamento do racismo, da discriminação e das desigualdades raciais como fatores que restringem o exercício do direito humano à saúde. A agenda - que já começou - segue até 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra e data em que o país celebra a imortalidade de Zumbi dos Palmares.

A iniciativa conta com apoio do UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas, no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia; a campanha tem o slogan “Saúde da População Negra é Direito, é Lei: Racismo e Discriminação fazem Mal à Saúde”. Serão promovidos em todo território nacional debates e outras ações estratégicas nas comunidades, unidades de saúde, unidades hospitalares, envolvendo especialistas, gestores/as, profissionais de saúde, lideranças comunitárias, bem como sociedade civil organizada focadas no enfrentamento do racismo institucional no SUS e no processo de implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) nos estados e municípios.

A Política, aprovada em 2006 pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), publicada em Portaria nº 992/GM (13/05/2009) e convertida em lei pelo Estatuto da Igualdade Racial - Lei 12.288/10, tem como objetivos: - Garantir e ampliar o acesso da população negra residente em áreas urbanas, do campo e da floresta às ações e aos serviços de saúde; Incluir o tema étnico-racial, nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde e no exercício do controle social; Identificar, combater e prevenir situações de abuso, exploração e violência; Garantir a utilização do quesito cor na produção de informações epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão; Identificar as necessidades de saúde da população negra e utilizá-las como critério de planejamento e definição de prioridades. Como ressalta a psicóloga Crisfanny Souza Soares, ainda “é preciso que a política aconteça. A maioria das ações voltadas para a saúde da população negra ainda são tímidas e precisam ser fortalecidas”. Souza responde pela articulação nacional da Mobilização.

27 de Outubro – Dia da Mobilização
No marco da Mobilização Nacional, as Redes destacam os processos em curso, os avanços, mas também relembram que ainda existem práticas e comportamentos discriminatórios nos serviços. “Em 2010 tivemos êxito em nossas ações graças às 92 iniciativas desenvolvidas nos diversos estados brasileiros. A Mobilização é uma iniciativa estratégica de luta por direitos. As atividades mobilizadoras vêm acontecendo durante o ano todo sendo intensificadas no período de 27 de outubro a 20 de novembro”, concluiu Crisfanny. A Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra é agora. Use sua criatividade e faça parte! As atividades podem ser desde encontros, seminários, tendas temáticas, rodas de conversa com gestores/as e conselheiros/as de saúde de sua cidade ou estado, entre outros.

Informações com Crisfanny no redesaudenegra@gmail.com ou pelo fone (41) 9907-4480
Twitter: @redesaudenegra

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A realidade sobre a implementação da PNSIPN














Política Nacional de Saúde Integral da População Negra(PNSIPN) ainda está no papel


Em reunião do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde, que aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro, a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde apresentou um Balanço da Implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra nos estados e municípios.


Nessa apresentação percebe-se que as ações em saúde da população negra são ações isoladas e sem continuidade, que não levam em consideração os princípios e diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, esquecendo também as diretrizes aprovadas nas Conferências Nacionais de Saúde e mais ainda não leva em consideração o Estatuto da Igualdade Racial, que diz que a Política agora é lei.


Na reunião identificou-se que a PNSIPN ainda não foi incorporada pelo próprio Ministério da Saúde e que a falta de vontade política no enfrentamento do racismo institucional faz com quem as ações não tenham resolutividade e garantam a melhoria da saúde da população negra.


O fato importante nessa reunião é que ficou comprovado que a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra não foi implementada de fato, e o que existe na realidade são algumas ações que não impactam a saúde da população negra, que ainda continua morrendo por causas evitáveis, ou seja os direitos da população negra em saúde são negados.


Esse fato traz vários questionamentos para a atuação do governo, mas também para a sociedade civil organizada, que necessita se debruçar sobre o destino de mais de 50% da população brasileira, negros e negras.


Em tempo de Conferências de Saúde precisamos ampliar a discussão sobre os entraves que dificultam a implementação da PNSIPN, quais as estratégias que o governo está fazendo para acabar com o genocídio de jovens negros, as razões para que as mulheres negras estejam ainda em posição desconfortável no ranking de mortes maternas, porque a pessoas com doença falciforme continuam com dificuldades de acesso ao SUS e a uma assistência de qualidade. São muitas as perguntas, mas as respostas nós sabemos.


É preciso continuar lutando pois o racismo não acabou.

sábado, 24 de setembro de 2011

Axé, Saravá
Vamos mobilizar

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde convida todos os núcleos da Rede, parceiros e parceiras para participar da Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra 2011.

A Mobilização Nacional acontece desde 2006, no período de 20 de outubro a 20 de novembro, em todas as regiões do país.

No dia 27 de outubro, Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra, acontecem, de norte a sul do país, eventos com a finalidade de evidenciar que apesar dos avanços do Sistema Único de Saúde, as desigualdades raciais em saúde ainda persistem, e que a equidade, um dos princípios do SUS, precisa sair do papel e acontecer de fato para todas e todos.

Esse dia é também para lembrar aos formuladores de políticas, aos gestores, profissionais e conselheiros de saúde que a Política Nacional de Humanização do SUS não combina com racismo e intolerância religiosa. E que o povo de terreiro merece ser bem tratado e ter seus direitos a saúde garantidos, conforme a Constituição Brasileira.

Nós, povo de terreiro, temos papel fundamental nesse processo de mobilização, pois os terreiros são espaços promotores de saúde e parceiros do SUS. Somos mais de 130 mil terreiros espalhados pelo país, fortalecendo uma rede de atenção e cuidados que tem como pressuposto a “arte de cuidar”, um modelo que deve influenciar as políticas públicas de saúde.

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra é lei (ver Estatuto da Igualdade Racial) e não está sendo cumprida. Cabe a cada um de nós saber porque não está sendo cumprida em nosso estado e município, e que medidas podemos tomar para que se cumpra a lei.

Você e seu terreiro são nossos parceiros nessa mobilização.

Axé, Saravá
Vamos mobilizar

Para saber mais sobre a Mobilização Nacional Pró-Saúde da População Negra 2011 faça contato com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde pelo semireligafro2007@yahoo.com.br
Estamos preparando juntos as atividades locais e a nível nacional. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT

“Por um país livre da pobreza e da discriminação, promovendo a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”, este é o tema da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT, que ocorrerá de 15 a 18 de dezembro de 2011, em Brasília (DF).
A Conferência tem o objetivo de avaliar e propor as diretrizes para a implementação de políticas públicas voltadas ao combate à discriminação e promoção dos direitos humanos e cidadania de LGBT no país, além de avaliar a implementação e execução do Plano Nacional de Promoção LGBT e propor estratégias para seu fortalecimento.

Segundo a ministra Maria do Rosário, ao convocar a 2º conferencia para debater políticas públicas para o segmento LGBT, o governo sinaliza a busca por uma sociedade livre de preconceitos e discriminações.

“A intolerância não deve ter lugar no Brasil. Queremos ser um governo completo para os direitos humanos para termos um Brasil inteiro contra a homofobia. Este é um compromisso da presidenta Dilma, que afirmou que o Brasil é parte da afirmação mundial contra a homofobia. Não vamos recuar uma vírgula se quer”, afirmou Rosário.

Desafio – Para o Secretário Executivo da SDH, Ramáis de Castro Silveira, o principal desafio da 2º conferência será o monitoramento da implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT.

Ramaís avalia que apesar dos avanços registrados nos últimos anos para esta comunidade, ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo livre direito à orientação sexual no País. “No mundo inteiro os governos aprendem que é preciso atuar transversalmente ao lado da população. Neste sentido, a conferência tem um papel fundamental na formulação de mecanismos capazes de combater a violação do direito LGBT pela livre orientação sexual”, destacou.
A CARAVANA DO AXÉ  ESTÁ  CHEGANDO, QUANDO ELA  PASSAR  ABRA  SUAS  PORTAS




NESSA EU VOU  E  VOCÊ
Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde
http://www.caravanadoaxe.blogspot.com/