segunda-feira, 8 de março de 2010

Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde saúda todas as mulheres de terreiro nesse 08 de março



Para todas as mulheres de axé


A participação das mulheres de terreiro (mulheres de axé) no cenário político nacional vem de longos anos e faz parte de um legado deixado por mulheres como Mãe Aninha do Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Senhora, Mãe Andressa da Casa das Minas(Maranhão), Tia Ciata no Rio de Janeiro, Mae Menininha do Gantois, Mãe Badia de Pernambuco, Mãe Malvina de Florianóplis, Mãe Mirinha do Portão, Mae Biu, e muitas outras que lutaram pela preservação da tradição religiosa afro-brasileira,


Citando um bom exemplo do agir político combinado com a preservação da tradição podemos citar a vinda de Mãe Aninha, do Ilê Axé Opô Afonjá da Bahia, para o Rio de Janeiro com a finalidade de conversar com o Presidente Getulio Vargas sobre a liberação dos cultos afro. Outro exemplo é o da baiana Hilária Batista de Almeida, mais conhecida como Tia Ciata, que teve importante papel no cenário politico-cultural do Rio de Janeiro, na área denomidada por Heitor dos Prazeres de Pequena África no Rio de Janeiro, região que se estendia da zona do cais do porto até a cidade nova em torno da Praça Onze.


Contrapondo-se a história que nos é repassada nas escolas verificamos que a presença das mulheres de axé em fóruns ou espaços de decisões políticas, assim como em eventos culturais e religiosos continua perpetuando-se ainda hoje, como podemos vivenciar nos exemplos de Mãe Stella de Oxossi(Salvador), Mae Olga do Alaketu(Salvador), Tia Deni da Casa das Minas, Makota Valdina(Salvador), Mãe Beata de Iemanjá(Rio de Janeiro), Ekédi Sinha(Salvador), Mãe Meninazinha da Oxum(Rio de Janeiro), Mãe Nitinha de Oxum(Rio de Janeiro), Mãe Edelzuita de Oxalá, Mãe Elzita do maranhão, Mae Norinha(Porto Alegre), Mae Amara Mendes(Recife), Mãe Jane de Oya(Recife), entre tantas outras mulheres desconhecidas que lutam para que o sonho das suas comunidades se transformem em realidade.


Entendemos que a história e vivências das mulheres da tradição religiosa afro-brasileira, com suas visões de mundo integradora, onde as iniciativas sociais e religiosas se emolduram em cenários políticos merecem atenção especial e registro em nossas memórias pois todas elas conseguiram construir respostas positivas em um mundo adverso onde as diferenças se tornaram desigualdades, sejam elas de gênero, de classe, racial e religiosa.


Reconhecendo a importância político-religiosa das mulheres de axé, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde saúda todas as mulheres de terreiros nesse dia 08 de março.
Saúde para todas as mulheres de axé.


Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário