sábado, 2 de outubro de 2010

Pesquisa nos Estados Unidos sem consentimento da população negra

FOLHA DE S. PAULO - SP CIÊNCIA

02/10/2010

Pesquisador não tratou negros nos EUA

John Cutler, que conduziu o estudo na Guatemala, também participou de outro famoso experimento com SÍFILIS que chamou a atenção pelo descuido ético.

Entre 1932 e 1972, foram recrutados 400 negros nos EUA com a doença. Não receberam tratamento, para que se analisasse até onde a SÍFILIS poderia levá-los -a penicilina, porém, já estava disponível nos anos 1940.

Cutler e outros cientistas davam aos pacientes medicamentos que não faziam efeito. Os negros, então, não tinham conhecimento de que não estavam sendo tratados.

O caso ficou conhecido como experimento de Tuskegee, em referência à cidade no Alabama onde ele foi realizado. Em 1997, outro Clinton que não Hillary, seu marido Bill, então presidente, pediu desculpas em nome do país pelo episódio.

Cutler morreu em 2003. Não recebeu nenhum tipo de punição oficial. Ele não foi o único, porém, a realizar estudos sem consentimento.

Entre os mais conhecidos, os realizados pelos nazistas em campos de concentração. Envolviam transplantes inéditos de partes do corpo, testes de resistência ao frio e contaminação por doenças ou substâncias tóxicas.

Em um caso mais recente, o governo da Nigéria acusou a farmacêutica americana Pfizer de dar a crianças do país um antibiótico não testado sem consentimento das famílias. Onze morreram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário